sábado, 6 de julho de 2013

Funções e Papeis da Tecnologia na Gestão Escolar

“FUNÇÕES E PAPÉIS DA TECNOLOGIA” - Comentários

            Esse texto inicia afirmando que a tecnologia pode gerar inúmeros benefícios para o trabalho pedagógico, desde que os professores dominem os aspectos relacionados a esta tecnologia. No entanto, o objetivo central do texto não é simplesmente abordar questões pedagógicas relacionadas às tecnologias da informação, mas sim discutir como a tecnologia pode auxiliar a gestão e a coordenação da escola.
            Para tanto, inicia fazendo uma distinção entre “dados”, “informações” e “conhecimentos”.
            Define que os dados são meros registros de um conjunto de fatos, mas não apresentam inferências, correlações, causas, consequências, previsões. Assim, não são elementos que isoladamente permitam uma tomada de decisão, por exemplo, relacionada a questões pedagógicas.
            Já as informações são organizadas em documentos objetivando a transmissão de uma mensagem que interferira no receptor. Portanto, deve ser apresentada de forma a apresentar claramente a finalidade de se conhecer os dados. Além disso, deve ser categorizada – para apresentar unidades de análise -, apresentar cálculos – para permitir uma análise de tipo estatística e deve ser confiável e concisa.
            Os computares e seus sistemas podem ser ótimos instrumentos para registrar dados e auxiliar na transformação deles em informações. Mas, não podem produzir conhecimento, pois este é um aspecto humano. O conhecimento deve ser vivido e avaliado. Para tanto os seres humanos que recebem as informações interferem no próprio conhecimento por meio de comparações, de análises prévias das consequências de certas decisões. Fazem isso por meio de correlações entre conhecimentos e experiências obtidos, bem como por meio de interações com outros humanos. Portanto, um novo conhecimento só existe se for dentro de um contexto de interação individual e coletiva entre os seres humanos.
            No texto em análise ainda é apresentada outra forma de produzir conhecimento organizacional, que é o estudo da rotina e de suas alterações. Trata-se de verificar as consequências de modificações na estrutura e no perfil das pessoas de uma organização. No caso, organização escolar.
            Se concordarmos que as tecnologias podem ajudar na gestão escolar administrativa e pedagogicamente, devemos cuidar para que o conhecimento seja gerado e, como tal, compartilhado. Esse compartilhamento também pode ser mediado por tecnologias de computação e de comunicação, ou seja, em um ambiente informatizado.
            Para tanto, é fundamental que o ambiente seja planejado para organizar informações verdadeiramente relevantes. Com a opção de implantar novas estruturas de sistemas relacionados ao uso de tecnologias de informação e de comunicação, recomenda-se que essa implantação seja gradativa. Ou seja, em projetos-piloto que atuem em frentes tecnológicas, mas também na própria cultura organizacional, buscando o envolvimento de lideranças e ao mesmo tempo cuidando de aspectos conflituosos e problemáticos que podem suscitar rejeições.
            Esse trabalho deve contemplar momentos de troca de experiências ente professores e demais servidores. Lembremo-nos de que a escola é um sistema onde circula a informação. Por isso deve ser pensada como um todo. Nela deve ser facilitada constituição de grupos que aprendam juntos e que produzam resultados pessoais. Por isso, deve-se favorecer uma estrutura menos hierárquica e mais auto-organizada.
            Isso deixa clara a necessidade de estudo e de planejamento para a implementação de novas tecnologias na gestão escolar. Nesse planejamento, é fundamental estruturar a essa ação em fases, para que a implantação seja exitosa e bem aceita.
            Na primeira fase deve-se considerar o Contexto de TI. Já nesta fase devem se ter claros os objetivos, ter um comprometimento de lideranças e um conhecimento geral das atividades que o sistema de TI será utilizado.
            A segunda fase trata do Desenho do sistema. Nesse desenho consideram-se os objetivos, como a rotina será facilitada e como os usuários dominarão o sistema.
            Por fim, a terceira fase, que trata da Instalação do Sistema. Deve ser implementada de forma que opere de acordo com os objetivos, como uma boa aceitação pelos usuários, que, por sua vez, dominem o bem.
            Concluindo, o autor recomenda uma atenção para o fato de que a produção de informações é consequência de uma intenção de quem produz, organiza e interage com  as informações. Portanto, a cultura organizacional aceita, rejeita ou incorpora tais informações. Por isso, é ressaltada a importância de definir quais as  informações são relevantes, identificar e os dados relevantes para aquelas informações. Somente depois disso é que se pode pensar na tecnologia utilizada para obter essas informações e os seus resultados. Esses resultados deverão se ser racionados aos objetivos da escola e suas expectativas.
            Uma das maiores virtudes deste texto é trazer à lume o uso das tecnologias da informação na escola de modo integrado. Não trata de como usar a tecnologia em sala de aula, muito embora isso seja relevante. Avança e propõe uma integração dessa tecnologia para produzir conhecimentos que verdadeiramente ajudem na tomada de decisões. Sabemos que grandes corporações usam uma estrutura tecnológica para funcionar melhor, para ter mais lucro. Porque não utilizar esses recursos nas escolas públicas? Nelas cuidamos de algo mais importantes que a geração direta de riquezas ou bens tangíveis. Cuidamos da formação de nossa sociedade.
                        Complementado as informações acima para apresentar uma análise crítica do texto, reescrevo abaixo uma postagem que fiz no fórum desta disciplina.
            Quando associamos as TIC à gestão escolar, logo imaginamos como o computado pode ser usado na gestão das informações administrativas de da secretaria da escola. Esquecemos que, segundo Moran (2002), o “administrativo deve estar a serviço do pedagógico e que ambos devem estar integrados”).
                Dessa forma a formação dos gestores escolares – não somente dos diretores das escolas – deve contemplar um entendimento de que o administrativo e a secretaria da escola necessitam de usar as modernas tecnologias. Mas também isso é necessário para o pedagógico, e devem estar integrados. Imagina o absurdo de usarmos um diário eletrônico, imprimir e entregar para a secretaria digitar novamente os dados!
            Hoje existem recursos de gestão tecnológica e pedagógica, como o Moodle, que possibilitam uma gestão administrativa e pedagógica integradas, permitindo o uso de chats, vídeos etc., bem como o lançamento de notas pelo próprio professor, acesso online pelos alunos e pais etc. É um erro pensar que esses recursos dever ser usados somente na EAD. Cito o Moodle apenas como exemplo. Provavelmente ele não é parrudo o suficiente para redes grandes como as das Secretarias Estaduais da Educação, que muitas vezes tem bancos de dados pouco integrados e de intrincado acesso.
                Com a afirmação acima, deixo claro a importância de uma formação docente em TIC. Não basta pensarmos em uma formação simplesmente para o uso das tecnologias voltadas para os aspectos administrativos. Sim, isso é importante e fundamental. Mas, a nossa missão é pedagógica. Porque excluir esse aspecto? Ao contrário, deve ser integrado.
                Sabemos que as escolas públicas usam muito pouco as TIC. Sobre as questões que influencia essa pouca  integração tecnológica, gostaria de fazer uma lista com minha experiência em laboratório de informática e em cursos utilizando EAD.
·         As secretarias de Educação não são plenamente informatizadas. No máximo a secretaria escolas digita e redigida dados, que poucas vezes geram informações.
·         Os professores não se enxergam usando as TIC. Acham que é coisa de outro tempo. Não gostam de computador.
·         As escolas não têm equipamentos suficientes e em bom estado para uso dos professores e alunos. Muitas não têm conexão de internet de alta velocidade.
·         Os laboratórios de informática - quando existem - não têm professor.
·         Não há previsão no Currículo e na Proposta Pedagógica, no planejamento pedagógico para o uso das TIC. Assim, quando são usadas apenas como um pequeno enriquecimento, caso haja tempo.
·         Não se mostram para os alunos como usar a Internet como fonte de aprendizagem. Apenas para cópia.
Nosso caminho é longo. Mas, toda caminhada começa com o primeiro paço.
           
BIBLIOGRAFIA

VIEIRA, Alexandre Thomaz. As funções e papéis da tecnologia. In ALONSO, Myrtes; ALMEIDA, Maria Elizabeth B. de; MASETTO, Marcos Tarciso; MORAN, José Manuel; VIEIRA, Alexandre Thomaz. Formação de gestores escolares para utilização de tecnologias de informação e comunicação. Brasília: Secretaria de Educação a Distância, 2002b. pp. 35-40.

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